Carmen Miranda, a mais brasileira das portuguesas, chegou no Rio de Janeiro em 1909, vinda do Porto com a família, quando tinha poucos meses de vida. Dos 21 aos 29 anos, entre 1930 e 1939, foi a maior estrela do disco, do rádio, do cinema, dos palcos e dos cassinos brasileiros. Aos 30 anos, rica, bonita e independente, se quisesse, poderia ter se aposentado, escolhido um marido e se recolhido ao palacete que possuía no bairro da Urca. Ao invés disso, aceitou um convite dos norte-americanos e foi recomeçar na Broadway, em Nova Iorque, numa revista musical.
O sucesso foi tamanho que Carmen chamou atenção da indústria cinematográfica. Em Hollywood bastou um único filme para seu nome ganhar dimensão mundial. E assim Carmen, entre os anos 1940 e 1950, na primeira metade do século XX, mostrou através do cinema, com sua alegria, seu figurino original e colorido, cantando em Português e dançando, o Brasil, especialmente, o Rio de Janeiro que encantou o planeta e transformou a cidade em destino dos sonhos. Fez inúmeros amigos nos anos em que morou nos Estados Unidos. Entre eles, Walt Disney, que ao se aproximar da cultura brasileira criou o personagem Zé Carioca. São inúmeros os feitos dessa mulher.
Foi a primeira artista latino-americana a ter suas mãos e pés impressos no pátio do Grauman’s Chinese Theatre e a primeira sul-americana a ser homenageada com uma estrela na Calçada da Fama em Hollywood. Apesar de ter saído de cena muito cedo, vítima de um infarto aos 46 anos em 1955, ela até hoje é considerada um ícone e um símbolo internacional do Brasil. E sua figura é lembrada e reverenciada em fantasias em todos os carnavais pelas ruas brasileiras.
Fonte: “Carmen – uma biografia”, Ruy Castro